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Foto Adolescência
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Não é aborrecência! É transformação.

A adolescência é um período de profunda mudança tanto para os filhos quanto para os pais.

Como toda transformação, não acontece sem perdas. Para abraçar o novo, é preciso deixar para trás o que já não cabe mais. É uma época de lutos, mas também de abertura para o novo.

Toda grande mudança traz consigo algum medo, dor e ansiedade…Foto AdolescênciaFoto Adolescência Assim acontece quando um casal se torna pais. O nascimento dói—é deixar o calor e a segurança do útero para ingressar em um mundo vasto, desconhecido, cheio de cores, sons e cheiros.

Ir para a escola pela primeira vez também dói. É trocar a segurança do lar por um novo espaço, maior e cheio de pessoas desconhecidas. Dói para os pais, desde a escolha da escola até o momento de deixar o filho lá, sozinho.

A adolescência também dói. Para o adolescente, porque ele precisa se separar dos pais para construir sua identidade e autonomia. Dói porque o corpo muda, os pais mudam, o mundo muda—e com ele vêm novas exigências e desafios. Dói para os pais porque precisam se despedir da infância do filho, de seu papel de herói. Porque é preciso deixar ir.

No entanto, as transformações não são feitas só de dor. Há descobertas, novas experiências, mais possibilidades, mais autonomia. O mundo vai se descortinando aos poucos para a criança, e conquistá-lo é a alegria da adolescência. Para os pais, há também as alegrias. Acompanhar as conquistas do filho ao longo do tempo, assim como retomar aspectos da própria vida de casal, já que os filhos passam a demandar menos tempo e atenção.

Então, por que a adolescência é tão desafiadora tanto para pais quanto para adolescentes?
Primeiro, porque esquecemos da dor das transformações anteriores. Ou melhor, ela se torna uma memória esmaecida pelas alegrias e conquistas que vieram depois.

Segundo, porque a criança pequena é frágil e desprotegida—ela não sobrevive sem o adulto. A natureza se encarrega de garantir que os pais se apaixonem por ela e queiram cuidar e protegê-la.
A adolescência, por sua vez, é a fase de deixar a segurança do lar e ir para o mundo. É hora de permitir que o filho vá. Para que isso aconteça, algum conflito é necessário—o desconforto suficiente para que ele possa abandonar o ninho e os pais consigam deixá-lo partir.

Da mesma forma que a dor do parto e das outras transformações deu lugar a boas memórias e à alegria de uma nova fase, assim será com a adolescência. Vai passar. No lugar, os pais terão filhos adultos e autônomos, com quem poderão conversar de maneira diferente. O mesmo vale para os filhos. Após a adolescência, uma nova fase virá, seguida de outras, cada uma com suas dores e alegrias.

O segredo está em lidar com os desafios sem perder as conquistas. Encarar as dores sem deixar de desfrutar das alegrias.

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APROPRIAÇÃO CULTURAL

Um dos temas do momento é a Apropriação Cultural. Está em todas as mídias por conta do uso de um turbante por uma moça branca. Tolice.

Nesta mesma semana vi no facebook a história de um menino que pediu para que a mãe cortasse seu cabelo igual ao de seu amigo, pois assim um poderia se fazer passar pelo outro, enganando a professora. O bonito desta história é que um era branco e o outro afrodescendente. A criança não percebia a diferença. Em parte porque é criança, em parte porque o outro é seu amigo e detalhes como a cor da pele não são importantes. O que importa são as brincadeiras, as risadas, tudo o que partilham.

Somos todos seres humanos e cidadãos e como tal temos que ter nossos direitos respeitados e sermos tratados com dignidade.

Infelizmente nós, seres humanos, somos preconceituosos. Tudo o que é diferente acaba por causar estranheza e parece ameaçador.

Ninguém deveria ser discriminado por sua cor, raça, orientação sexual, religião ou o qualquer outra coisa. Ações afirmativas foram importantes em vários momentos da história para dar visibilidade a questão e corrigir os erros.

No entanto, o fato, por exemplo, de eu proibir o uso de determinadas palavras, etc. não elimina o preconceito. Ele continua existindo, só não se manifesta. Não por respeito real, mas por medo da punição.

No artigo da semana passada falei sobre um sentimento em relação ao uso da palavra luta em relação as reivindicações das mulheres por mais respeito aos seus direitos e à sua dignidade.

O mesmo acontece aqui. Quando lutamos contra o preconceito colocamos o outro como inimigo. Ele vai se defender e, para muitos, o ataque é a melhor defesa.

Quanto mais nos aproximarmos uns dos outros, nos conhecermos, menor será o preconceito. Quando conhecemos a pessoa, coisas como sua raça, cor, religião e preferencias sexuais não importam. Porque o afeto é direcionado à pessoa. Ele se torna conhecido e não me gera preconceito. Ele passa a ser um igual, ainda que diferente.

Em vez de lutar, vamos ensinar, vamos mostrar para o outro a nossa cultura, a nossa singularidade. Vamos deixa-lo experimentar. Que ele se aproprie, que ela se torne dele também. Assim as diferenças deixarão de ser importantes ou ameaçadoras.

O desconhecido pode ser ameaçador, o conhecido não. Ensinar, conviver é a chave. Educação, educação, educação.