Filhos não vêm com bula ou manual de instrução, o que torna a tarefa de ser pai/mãe mais complexa e desafiadora, mas também apaixonante.
É natural que os pais se preocupem e pensem no futuro de seus filhos e tentem garantir, de alguma forma, que ele seja o melhor e mais tranquilo possível.
Em épocas de globalização, de alta competitividade, num mundo em que as pessoas têm sido mais valorizadas pelo que têm do que pelo que são, a tarefa de garantir esse futuro tornou-se mais complexa ainda.
Essa necessidade de assegurar um futuro de sucesso para os filhos tem levado inúmeros pais a buscarem, desde muito cedo, investir na formação de seus filhos. Fazem sacrifícios financeiros e logísticos para assegurarem a eles a melhor educação possível. Assim a agenda das crianças é recheada de inúmeros compromissos: aula de inglês, balet, judô, natação, kumon, de algum instrumento musical, etc., etc., etc. Vemos hoje muitas crianças estressadas e deprimidas, com alterações de sono e comportamento (depressão, ansiedade), da mesma forma que muitos adultos.
Nada contra essas atividades. Fazer um esporte, aprender um instrumento, uma língua estrangeira é ótimo. O problema é que não está sobrando tempo para aquela que é a mais importante atividade da infância: brincar!
Brincar de forma espontânea, sem controle ou direção. Brincar pelo simples prazer de brincar. Brincar só e com os amigos. Brincar dentro e fora de casa. Brincar, brincar, brincar. É isso que a criança precisa fazer.
Quando brinca a criança se desenvolve, aprende, socializa, estrutura a base sobre a qual todo o resto será construído. Desenvolve a criatividade, lida com seus sentimentos, experimenta, investiga, descobre e aprimora seus talentos.
Uma criança que brinca faz bagunça e barulho, se suja, mas se prepara para os desafios que a vida lhe trará. Uma criança que brinca é mais feliz!
Todas as etapas da vida têm sua beleza e sua dor. Em cada uma delas existe uma tarefa a ser executada, que se bem vivida prepara o indivíduo para a etapa seguinte. No ímpeto de preparar os filhos para a fase adulta muitos pais estão encurtando a infância, acelerando o processo. Isso é muito triste e perigoso. Cada criança tem o seu próprio ritmo que precisa ser respeitado. Ao acelerar corre-se o risco de construir uma estrutura frágil que não resistirá as pressões.
Se a estrutura for bem constituída todo o resto acontecerá naturalmente. Portanto, vamos deixar as crianças brincarem muito, livremente. Vamos permitir que elas desfrutem da infância ao máximo!!!





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