Esta semana estava correndo no Parque Barigui quando me deparei com um cenário inusitado. Vários carros acidentados, barracas, muitos bombeiros. Curiosa fui ver o que era. Tratava-se do World Rescue Challenge – 2016, evento anual, realizado pela World Rescue Organization – WRO, sendo que o evento aqui em Curitiba foi promovido pela ABRES – Associação Brasileira de Resgate e Salvamento. O evento congrega equipes de resgate veicular do mundo inteiro, numa competição e confraternização. Equipes do Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Portugal, Colômbia, Luxemburgo, Romênia, Holanda, Grã Bretanha, Austrália entre outros.
Para os desafios são montados “acidentes”, com vítima, e as equipes chegam para o resgate. São simulados acidentes de diferentes gravidades, principalmente no que toca as condições da vítima. Antes de chegarem ao “acidente” as equipes ficam confinadas, pois ninguém sabe o que vai encontrar quando se dirige para um resgate. Tudo é feito para que pareça muito real. E a seriedade e comprometimento das equipes com o resgate são verdadeiros.
Fiquei imaginando como me sentiria se estivesse ferida e presa dentro de um carro envolvido num acidente. Assustada, com medo, sentindo dor… A chegada do socorrista seria um alento, uma luz.
Sempre tive o maior respeito pelos socorristas, mas ao ver um resgate e conversar com alguns deles passei a admirá-los ainda mais. Eles estão conosco num momento de extrema fragilidade e não medem esforços para salvar-nos, chegando a arriscar a própria vida.
Tive a oportunidade de conversar com alguns desses profissionais, de diferentes países. Fiquei impressionada, muito impressionada.
Quando vemos um acidente não aquilatamos o quão difícil pode ser retirar de dentro de um carro destruído uma pessoa ferida. Além de equipamentos é necessária muita técnica, raciocínio rápido e trabalho em equipe.
O trabalho me impressionou, mas o que mais me chamou a atenção foi o espirito desses homens e mulheres, sua dedicação.
Uma das equipes com que conversei, da Espanha, comentou que eles não têm licença do trabalho e que receberam uma ajuda de custo para as passagens, mas as demais despesas são por conta deles. Fazem o esforço porque consideram que a oportunidade de estar com outros profissionais, aprendendo e compartilhando experiências é fundamental para o sucesso de seu trabalho.
Conversei também com uma equipe da Romênia e outra de Rondônia. O espírito é o mesmo. Congraçamento, partilha, aprendizado.
Vivemos num mundo veloz, caótico. Estamos sempre atrasados, não podemos esperar. É imperativo falar no celular naquele momento, é preciso chegar rápido, é preciso chegar primeiro. Estamos estressados, irritados e muitas vezes damos vazão a esses sentimentos no trânsito. Colocamos nossas vidas e a de outros em risco. A grande maioria dos acidentes é causada por imprudência. Pois é nessa hora que chegam os socorristas, com seus capacetes, luvas, serras e tantos outros aparatos. Mas acima de tudo chegam homens e mulheres que dedicam a vida a fazer o máximo para que nossos erros não sejam fatais.
Os socorristas merecem todo nosso respeito, admiração e apoio. Espero sinceramente que nunca precisemos, mas depois de tudo o que vi, sei que, caso nos envolvamos num acidente, quando a equipe de socorristas chegar estaremos em boas mãos.





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